Autor: Equipe BRAVE

  • Como se preparar para incêndios florestais na Bay Area

    Como se preparar para incêndios florestais na Bay Area

    A temporada de incêndios retornou com força para a Califórnia em 2020. Até esta sexta-feira, já são 560 focos de incêndio conhecidos em todo o estado, inclusive em vários locais da Bay Area, como Napa, Sonoma, Santa Rosa, Vacaville, Santa Cruz Mountains, Big Sur e muitos outros!

    As altas temperaturas, prolongados períodos secos, tempestades de raios e sobrecarga no sistema elétrico contribuíram para o início de diversos focos de incêndio na última semana.

    Caso sua área esteja próxima a um local de incêndio, fique atenta às orientações de seu condado sobre a necessidade ou não de evacuação (Veja contatos de emergência abaixo). Prepare-se com antecedência, pois você pode não ter muito tempo.

    Reunimos neste post informações relevantes para você se preparar para imprevistos nesse momento tão delicado.

    O que fazer?  

    > Preparando-se com antecedência:

    1. Procure manter a CALMA
    2. Prepare um plano de emergência com a rota para evacuação considerando todos os membros da família, incluindo animais domésticos (Veja como)
    3. Informe-se com antecedência sobre a situação do seu seguro e outros documentos relevantes
    4. Faça uma lista dos itens essenciais para sua saúde e segurança e prepare um kit de emergência. Deixe-o acessível.

    Nossa lista não é completa, é apenas um guia para ajudar a preparar seu plano. Se você tem algum familiar que tenha necessidades especiais, certifique-se de levar em consideração como adequar para essa situação.

    Geral:

    • Documentos importantes – identidade, passaportes, procuração, seguro, etc.
    • Chaves da casa e do carro;
    • Dinheiro e cartões bancários;
    • Sapatos ou botas – eles devem cobrir todo o seu pé. Sem dedos abertos ou calcanhares;
    • Remédios;
    • Máscaras;
    • Roupas adequadas para as condições climáticas – jaquetas, botas e guarda-chuvas para o mau tempo, por exemplo.

    Comunicação com a família:

    • Entre em contato com um amigo ou familiar fora de sua casa que não seja afetado pela emergência. Informe-os sobre seus planos e quem será evacuado e para onde.
    • Comunique o local da reunião de emergência da família, no caso de você se separar, a todos os membros da família, incluindo crianças. Se você estiver separado, vá imediatamente para o local de encontro e espere até que o resto da sua família apareça.
    • Embale cabos de alimentação e carregadores para telefones e tablets, especialmente se você os estiver usando para obter informações de emergência. Carregue seus dispositivos agora se tiver tempo. Até carregar o telefone por 10 minutos pode ser valioso.
    • Certifique-se de que seus telefones celulares tenham alertas de emergência ativados.

    Suprimentos médicos:

    • Reúna todos os medicamentos, coloque em uma sacola com zíper e carregue-a em uma mochila
    • Óculos ou lentes de contato extras.
    • Fraldas, lenços umedecidos, leite em pó e outros itens essenciais para familiares que precisam deles.
    • Kit de primeiros socorros.
    • Máscaras não médicas.

    Animais de estimação:

    • Coloque coleiras/arreios em cães e reúna coleiras e transportadores de gatos/animais de estimação e armazene-os na porta da frente. Certifique-se de que todos os animais de estimação estejam dentro de casa até a hora de sair.
    • Pegue registros e etiquetas de vacinação
    • Embale remédios para animais de estimação, comida e água.
    • Bandeja de areia e almofadas

    Comida e água:

    • Dependendo da emergência, você pode ser deslocado para um local com suprimentos limitados ou recursos frescos, portanto, considere no mínimo 1 galão de água por pessoa por dia.
    • Leve enlatados e um abridor de latas, pratos de papel e utensílios.

      5. Somente retorne a sua casa caso as autoridades tenham autorizado e garantido que é seguro retornar.

    Fontes:

    > Em situações emergenciais em que o fogo atingiu sua casa:

    • Fuja no minuto em que a calamidade se tornar iminente e, não hesite em sair caso receba ordens para evacuar. Leva apenas dois minutos para o fogo inflamar uma casa e cinco minutos para tomar conta da estrutura.
    • Leve seu kit para desastres – com documentos importantes, kit de primeiros socorros e suprimentos de sobrevivência – com você.
    • Coloque seu carro em um espaço aberto para carregá-lo, deixando-o apontado na direção que você planeja seguir. Enquanto carrega, deixe as portas do carro destrancadas e a chave na ignição.
    • Se o fogo atingiu sua casa antes de você ter tempo de escapar, verifique qualquer maçaneta que você precise usar antes de abri-la. Uma maçaneta quente significa que as chamas estão próximas do outro lado da porta. Escolha outra saída.
    • Se você tiver que fugir atravessando um cômodo em chamas, rasteje para ficar abaixo do nível de fumaça, cubra o rosto.
    • Vista um casaco pesado para se proteger contra brasas.

    Caso tenha tempo e os ventos não estejam fortes:

    • Molhe o telhado de sua casa com uma mangueira de jardim. Porém, as autoridades de emergência dizem para não tentar ser um herói. Eles não querem perder um tempo valioso que poderiam usar para combater o incêndio e resgatá-lo.
    • Para reduzir ou retardar a propagação do fogo, mova a mobília de pátio combustível para dentro ou pelo menos do outro lado da casa de onde o fogo está se aproximando. As brasas em chamas terão menos combustível para continuar queimando.

    Fonte:  Orientações do manual de sobrevivência do SF Chronicle – What to do in 1st critical minutes

    Onde obter mais informação sobre incêndios 

    Mapa dos focos de incêndio no momento:

    Contatos de emergência

    Santa Clara County

    ➡️ County of Santa Clara EOC Wildfire Hotline: (408) 808-7778

    ➡️ Evacuation Information: bit.ly/LightningComplex-SCC

    ➡️ Centro de Evacuação: Milpitas Library 160 N. Main Street Milpitas, CA 95035

    San Mateo County

    ➡️ Áreas de evacuação visite: https://www.smcgov.org/smc-wildfire-response

    ➡️ Centro de Evacuação: HMB High School, 1 Lewis Foster Dr, Half Moon Bay, CA 94019

    ➡️ Moradores podem receber notícias por email solicitando aqui: https://tinyurl.com/czulightning

    Santa Cruz County

    ➡️ Hot line (para pessoas que residem na área de evacuação): 1-866-272-2237

    ➡️ Moradores podem receber notícias por email solicitando aqui: https://public.coderedweb.com/CNE/en-US/218A80E36F49

    Outros recursos

    ➡️ CalFire public information line: 831-335-6717

    ➡️ Follow Cal Fire CZU on Twitter: https://twitter.com/CALFIRECZU

    ➡️ Local air quality: http://air.mbard.org

    Receba alertas de emergência e evacuação na sua área pelo celular

    Alameda County
    Marin County
    Napa County
    San Francisco County
    San Mateo County
    Sonoma County

    Você também pode se inscrever para receber alertas diretamente da PG&E sobre cortes de energia por esse link:

  • Relato sobre nosso encontro virtual para profissionais

    Relato sobre nosso encontro virtual para profissionais

    É possível, sim, fazer conexões durante este período de isolamento.

    Essa foi a certeza que tivemos ao participar do evento de networking de reinauguração do nosso grupo no LinkedIn, promovido pelo BRAVE em parceria com o Grow Together. O encontro virtual, que reuniu em torno de 40 mulheres, foi dinâmico, engajador e eu até pude me sentir abraçada – mesmo que à distância.

    Após a apresentação inicial feita por Angela Teodoro, fundadora do BRAVE, e Estefania Barsante, fundadora do Grow Together, fomos divididas em grupos e isso nos permitiu conhecer melhor as participantes e otimizar o nosso tempo de conversa. Foi um momento de ouvir e ser ouvida, trocar experiências, ideias, contar sobre nossas dificuldades e desafios nesta jornada que é entrar no mercado de trabalho americano. No meu grupo, haviam duas mulheres de outros estados e nós conversamos sobre os processos seletivos e suas particularidades.

    Foi muito interessante conhecer realidades diferentes, e ao mesmo tempo tão parecidas! O sentimento de busca por um lugar ao Sol nos Estados Unidos é o mesmo.

    O que eu percebi, também, foi o quanto nossa comunidade é acalentadora, como somos mulheres determinadas e, mesmo não sabendo, somos fortes. Eu desejo a todas, muita sabedoria, paciência, carinho consigo mesmas e que nunca deixem de se sentirem orgulhosas por cada passo dado, cada pequena conquista e por serem BRAVEs.

    Esperamos vê-las em breve e poder compartilhar cada vez mais histórias de superação e sucesso!

    Não faz parte do nosso grupo no LinkedIn? Clique aqui.

  • Manifestações do racismo estrutural no Brasil e como ser uma aliada antirracista

    Manifestações do racismo estrutural no Brasil e como ser uma aliada antirracista

    “O racismo é estrutural e está dentro de nós. É histórico e é resultado de como construímos nossa sociedade”, afirmou Lara Barreto, diretora de parcerias do Vetor Brasil, durante o bate-papo virtual sobre Identidade Racial e Diversidade no Brasil, organizado pelo BRAVE, no dia 13 de junho.

    Como parte de nossas ações voltadas para o combate à discriminação racial, organizadas para aprofundar a conversa a respeito dos movimentos Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), o diálogo com Lara lançou luz a sua experiência como mulher negra no Brasil. Ela apresentou alguns dados e histórias que mostram o panorama do racismo estrutural.

    “A intenção em trazer esses dados é mostrar como a população negra, hoje, está sendo vista de forma geral. Como está sendo percebida nos canais que a maioria acessa”, disse.

    Em sua exposição, apresentou dados que mostram manifestações objetivas do racismo estrutural, como por exemplo, a menor incidência de famílias negras com rendas per capita superiores a 3 salários mínimos, a menor frequência escolar com relação a brancos, e a porcentagem de representatividade de negros e pretos em espaços políticos, como o Congresso. Considerando que mais de 50% da população é negra, segundo o IBGE – sendo uma das maiores comunidades fora da África – uma representatividade proporcional nos espaços de poder político, social e econômico.

    Enquanto muitos indicadores apresentam melhorias em relação à desigualdade no Brasil nos últimos anos, eles ainda escancaram a lacuna entre negros e brancos. E isso apenas nos dados objetivos.

    Para falar da manifestação subjetiva do racismo, Lara questionou a falta de representação positiva de personagens negros na literatura e telenovelas. Em sua grande parte, os personagens negros ficam limitados a posições de subalternidade – como escravos ou funcionários domésticos – ou em tramas de violência ou vulnerabilidade.

    “Se eu, uma mulher ou criança negra, só vejo a representação de pessoas negras dessa forma nos livros, na Câmara, nas escolas, nos professores, por que eu acredito que este é um espaço que o negro pode estar, que esse é um espaço que eu posso ocupar?”, questionou. “E, enquanto pessoa não negra, porque eu acredito que essa pessoa tem capacidade de estar lá e que esse lugar também é dela?”.

    Consciência e aliança no antirracismo

    Lara também explicou as raízes históricas e sociais das manifestações recentes de racismo, como nas manifestações do Black Lives Matter, nos EUA, e Vidas Negras Importam, no Brasil. Neste contexto, sugeriu que pessoas brancas podem se tornar aliadas da luta antirracista.

    Se você ainda não conferiu nossas listas de recursos sobre questões raciais, confira aqui o conteúdos referentes ao Brasil em português, com diversas indicações feitas durante nosso bate-papo com a Lara. Acesse também os conteúdos referente aos EUA em inglês.

    Para ela, antes de tudo é preciso entender o histórico da escravidão no Brasil. Segundo uma analogia realizada pelo pesquisador Giovani Rocha, se a história do Brasil fosse condensada em apenas 5 dias completos, o tempo em que a população negra foi escravizada representaria mais de 3 dias completos.

    Lara acredita que as pessoas não-negras têm um papel muito importante nesse lugar de ruptura do modelo que a gente vive até hoje e reforça a importância da empatia, referindo-se ao conceito na obra “Pequeno Manual Antirracista”, de Djamila Ribeiro:

    Aqui destacamos um trecho de sua fala no evento:

    “O não-negro nunca estará no lugar do negro. Nunca vai ter vivido a realidade de passar na rua e não ter que usar nada coberto para não ser confundido com ninguém, e ser levado para polícia. (…) O desafio que é agora sair de máscara, principalmente para homens jovens e negros, como que eu vou sair de máscara na rua e não ser abordado?
    E nunca passaram por isso e nunca vão passar. E não precisam sentir essa dor para poder ser aliado e estar próximo. O ponto principal aqui é: como que ‘Eu’, entendendo que existe essa realidade, em que quase quatro dias de uma história de cinco dias em que os povos negros foram escravizados, e todos esses dados que discutimos, como que eu converso com as pessoas que são como eu, que passaram pelas realidades que eu passei? (…) E os aliad@s vão ter muito mais propriedade para fazer essa discussão e serem ouvidas nesses espaços. E nas manifestações do BLM a gente viu como se deu: as barreiras de pessoas brancas para enfrentamento a polícia, de proteção. Porque, de fato, a vida negra, hoje, no Brasil, vale menos. Os negros são mais mortos, como vimos nos dados. Então, se eu consigo proteger o outro, que eu faça da melhor forma possível sem negligenciá-lo e sem excluí-lo”.

    O bate-papo virtual contou com a participação de 33 pessoas que contribuíram com comentários, perguntas e ideias de como podemos continuar a nossa jornada de aprendizado sobre esse tema tão importante.

    Para mais encontros como esse, acompanhe nosso site, redes sociais (Facebook, Instagram, LinkedIn) e Newsletter mensal