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  • Manifestações do racismo estrutural no Brasil e como ser uma aliada antirracista

    Manifestações do racismo estrutural no Brasil e como ser uma aliada antirracista

    “O racismo é estrutural e está dentro de nós. É histórico e é resultado de como construímos nossa sociedade”, afirmou Lara Barreto, diretora de parcerias do Vetor Brasil, durante o bate-papo virtual sobre Identidade Racial e Diversidade no Brasil, organizado pelo BRAVE, no dia 13 de junho.

    Como parte de nossas ações voltadas para o combate à discriminação racial, organizadas para aprofundar a conversa a respeito dos movimentos Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), o diálogo com Lara lançou luz a sua experiência como mulher negra no Brasil. Ela apresentou alguns dados e histórias que mostram o panorama do racismo estrutural.

    “A intenção em trazer esses dados é mostrar como a população negra, hoje, está sendo vista de forma geral. Como está sendo percebida nos canais que a maioria acessa”, disse.

    Em sua exposição, apresentou dados que mostram manifestações objetivas do racismo estrutural, como por exemplo, a menor incidência de famílias negras com rendas per capita superiores a 3 salários mínimos, a menor frequência escolar com relação a brancos, e a porcentagem de representatividade de negros e pretos em espaços políticos, como o Congresso. Considerando que mais de 50% da população é negra, segundo o IBGE – sendo uma das maiores comunidades fora da África – uma representatividade proporcional nos espaços de poder político, social e econômico.

    Enquanto muitos indicadores apresentam melhorias em relação à desigualdade no Brasil nos últimos anos, eles ainda escancaram a lacuna entre negros e brancos. E isso apenas nos dados objetivos.

    Para falar da manifestação subjetiva do racismo, Lara questionou a falta de representação positiva de personagens negros na literatura e telenovelas. Em sua grande parte, os personagens negros ficam limitados a posições de subalternidade – como escravos ou funcionários domésticos – ou em tramas de violência ou vulnerabilidade.

    “Se eu, uma mulher ou criança negra, só vejo a representação de pessoas negras dessa forma nos livros, na Câmara, nas escolas, nos professores, por que eu acredito que este é um espaço que o negro pode estar, que esse é um espaço que eu posso ocupar?”, questionou. “E, enquanto pessoa não negra, porque eu acredito que essa pessoa tem capacidade de estar lá e que esse lugar também é dela?”.

    Consciência e aliança no antirracismo

    Lara também explicou as raízes históricas e sociais das manifestações recentes de racismo, como nas manifestações do Black Lives Matter, nos EUA, e Vidas Negras Importam, no Brasil. Neste contexto, sugeriu que pessoas brancas podem se tornar aliadas da luta antirracista.

    Se você ainda não conferiu nossas listas de recursos sobre questões raciais, confira aqui o conteúdos referentes ao Brasil em português, com diversas indicações feitas durante nosso bate-papo com a Lara. Acesse também os conteúdos referente aos EUA em inglês.

    Para ela, antes de tudo é preciso entender o histórico da escravidão no Brasil. Segundo uma analogia realizada pelo pesquisador Giovani Rocha, se a história do Brasil fosse condensada em apenas 5 dias completos, o tempo em que a população negra foi escravizada representaria mais de 3 dias completos.

    Lara acredita que as pessoas não-negras têm um papel muito importante nesse lugar de ruptura do modelo que a gente vive até hoje e reforça a importância da empatia, referindo-se ao conceito na obra “Pequeno Manual Antirracista”, de Djamila Ribeiro:

    Aqui destacamos um trecho de sua fala no evento:

    “O não-negro nunca estará no lugar do negro. Nunca vai ter vivido a realidade de passar na rua e não ter que usar nada coberto para não ser confundido com ninguém, e ser levado para polícia. (…) O desafio que é agora sair de máscara, principalmente para homens jovens e negros, como que eu vou sair de máscara na rua e não ser abordado?
    E nunca passaram por isso e nunca vão passar. E não precisam sentir essa dor para poder ser aliado e estar próximo. O ponto principal aqui é: como que ‘Eu’, entendendo que existe essa realidade, em que quase quatro dias de uma história de cinco dias em que os povos negros foram escravizados, e todos esses dados que discutimos, como que eu converso com as pessoas que são como eu, que passaram pelas realidades que eu passei? (…) E os aliad@s vão ter muito mais propriedade para fazer essa discussão e serem ouvidas nesses espaços. E nas manifestações do BLM a gente viu como se deu: as barreiras de pessoas brancas para enfrentamento a polícia, de proteção. Porque, de fato, a vida negra, hoje, no Brasil, vale menos. Os negros são mais mortos, como vimos nos dados. Então, se eu consigo proteger o outro, que eu faça da melhor forma possível sem negligenciá-lo e sem excluí-lo”.

    O bate-papo virtual contou com a participação de 33 pessoas que contribuíram com comentários, perguntas e ideias de como podemos continuar a nossa jornada de aprendizado sobre esse tema tão importante.

    Para mais encontros como esse, acompanhe nosso site, redes sociais (Facebook, Instagram, LinkedIn) e Newsletter mensal

  • Black Lives Matter – Formas de Participação – Parte I (recursos dos EUA)

    Black Lives Matter – Formas de Participação – Parte I (recursos dos EUA)

    Update: 22/07/2020

    1. Eduque-se e se informe:

    Documento com intenção de servir como recurso para pessoas brancas, pais e mães para aprofundar seu trabalho antirracismo. [Em inglês]

    Calendário com atividades para crianças de idade 12+ focado em desaprender o racismo. [Em inglês]

    Ferramenta que oferece recursos para se tornar uma melhor aliada. [Em inglês]

    História deMaggie Anderson vivendo de seu próprio negócio por um ano. [Em inglês]

    Michelle Alexander apresenta uma palestra sobre o encarceramento em massa na era de “não enxergar cor”. [Em inglês]

    Livros, artigos, podcasts, vídeos, filmes, organizações para seguir nas mídias sociais. [Em inglês]

    Treinamento sobre quanto agir quando diante de uma situação de discriminação. [Em inglês]

    Documentário com mulheres negras CEOs e empreendedoras. [Em inglês]

    2. Se puder, doe:

    A ACLU trabalha nas cortes, legislativo e comunidades para defender e preservar direitos individuais e liberdades garantidas pela Constituição e leis a todas as pessoas nos Estados Unidos.

    O Minnesota Freedom Fund paga a fiança para pessoas que não têm condições e foram presas de forma discriminatória, coerciva ou opressiva.

    Organização com a missão de avançar a qualidade de vida de comunidades negras por meio da educação, empoderamento, mobilização e da criação de um sistema que eleve a próxima geração de líderes da mudança.

    Lista de fundos para fiança por região e causa.

    Projeto para acabar com a violência policial

    Recursos adicionais e lugares que aceitam doações para o combate da violência policial.

    3. Diversifique os lugares onde você compra. Aqui está uma lista de negócios que pertencem a pessoas negras:

    Cinco aplicativos: Don’t Know Where to Find Black-Owned Businesses? These Five Apps Can Help

    Restaurantes na Bay Area:

    Lista de livrarias: 10 Black-owned online bookstores

    Livraria independente mais antiga do país, localizada em Oakland: Marcus Books

    Lista de mais outros negócios: 50+ Black Business, Black Owned Everything

    4. Se você tem cidadania americana, registre-se para poder votar: Registre-se para votar

  • Black Lives Matter – Formas de Participação – Parte II (recursos do Brasil)

    Black Lives Matter – Formas de Participação – Parte II (recursos do Brasil)

    Última Atualização: 22/07/2020

    Essa é a Parte II da lista de recursos que ajudam a entender os atuais conflitos no Brasil e nos Estados Unidos. O conteúdo abaixo está em Português, para recursos referentes aos EUA (em inglês), confira a Parte I:

    1. Eduque-se e se informe:

    • Instituições que trabalham com educação para questões de racismo:

    Comunidade Empodera*: plataforma de oportunidades profissionais e educação gratuita para desenvolvimento de carreira, que conecta e prepara jovens universitários e recém formados de diferentes classes sociais, raças, gêneros, orientações sexuais e com necessidades especiais para que ingressem e se desenvolvam em grandes organizações.

    Educafro*:  tem a missão de promover a inclusão da população negra (em especial) e pobre (em geral), nas universidades públicas e particulares com bolsa de estudos, através do serviço de seus voluntários/as nos núcleos de pré-vestibular comunitários e setores da sua Sede Nacional, em forma de mutirão.

    Faculdade Zumbi dos Palmares*: instituição de ensino superior privado.

    Fundo Baobá para Equidade Racial:  primeiro e único fundo dedicado, exclusivamente, para a promoção da equidade racial para a população negra no Brasil.

    • Instituições que trabalham pela inclusão e diversidade no mercado de trabalho:

    Movimento Black Money*: Hub de inovação para inserção e autonomia da comunidade negra na era digital junto a transformação do ecossistema empreendedor negro,com foco em comunicação, educação e geração de negócios pretos.

    Instituto Identidades do Brasil (IDBR)*: organização sem fins lucrativos, pioneira no Brasil e 100% comprometida com a aceleração da promoção da igualdade racial.

    Feira Preta*: plataforma de consultoria, serviços e soluções pretas

    Pluraliza*: empresa que atua no desenvolvimento e gestão de projetos e estratégias para a inclusão e promoção da diversidade no mercado de trabalho.

    Diáspora Black*: startup de impacto social focada na valorização da cultura negra e promoção da igualdade racial.

    *Indicações de Lara Barreto (Vetor Brasil) em bate-papo virtual com a comunidade BRAVE.

    • Vídeos

    Oportunidades Geram Oportunidades | Giovani Rocha | TEDxBlumenau

    Racismo é um mecanismo complexo, que cria vulnerabilidade e poder, por Silvio de Almeida

    Feminismo negro e a política do empoderamento – Visita da Dra. Patricia Hill Collins ao Brasil

    • Artigos

    ‘Vidas negras importam: há pouco clamor’, diz professor da UFMG

    Conheça 7 intelectuais que nos ajudam a entender o racismo no Brasil

    Conheça a história do movimento negro no Brasil

    • Livros

    Pequeno Manual Antirracista – Djamila Ribeiro

    Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil – Sueli Carneiro

    O que é Racismo Estrutural – Silvio de Almeida

    Rediscutindo Mestiçagem no Brasil – Kabenguele Munanga

    O Genocídio do negro brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado – Abdias Nascimento

    Pensamento Feminista Negro – Patricia Hill Collins

    Racismo e Antirracismo no Brasil – Antonio Sergio Guimarães

    • Livros Infantis

    Bola Vermelha – Vanina Starkoff

    Meu Crespo é de Rainha – Bell Hooks

    Amoras – Emicida

    A vida não me assusta – Maya Angelou

    Foi Ele que Escreveu a Ventania – Rosana Rios

    João Felizardo. O Rei dos Negocios – Angela Lago

    2. Diversifique suas referências e fontes de informação:

    Durante nosso bate-papo virtual, a Lara Barreto (Vetor Brasil) indicou influenciadores e pensadores negros para seguir nas redes sociais:

    3. Se puder, doe:

    O Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) é uma organização sem fins lucrativos, pioneira no Brasil e 100% comprometida com a aceleração da promoção da igualdade racial. A partir da Campanha Sim à Igualdade Racial desenvolvemos ações em diferentes formatos para conscientizar e engajar organizações e a sociedade. Buscamos reduzir a desigualdade racial no mercado de trabalho, como indica o objeto 10 da agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

    Criola é uma organização da sociedade civil com mais de 25 anos de trajetória na defesa e promoção dos direitos das mulheres negras. Fundada em 1992, a organização atua na construção de uma sociedade onde os valores de justiça, equidade, solidariedade são fundamentais. Durante quase três décadas, a Criola reafirma que a ação transformadora das mulheres negras é essencial para o bem viver de toda a sociedade brasileira.

    4. Se você tem cidadania brasileira, mantenha seu título de eleito atualizado e vote: Consulado Geral do Brasil