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  • Ganhadoras do prêmio “Mude o Mundo como uma Menina” visitam o Vale

    Ganhadoras do prêmio “Mude o Mundo como uma Menina” visitam o Vale

    No dia 22 de janeiro, o BRAVE, junto com a SiliconHouse, teve o prazer de receber jovens mulheres que estão mudando o mundo. Anna Luiza Beserra, Isabelle Christina, Mariana Groff, Rafaella de Bona e Verônica Hipólito foram as ganhadoras da primeira edição do prêmio “Mude o mundo como uma menina”, criado pelo Força Meninas, realizado em Outubro de 2019.

    Depois de um longo dia visitando empresas do Vale do Silício, como Ebay, Google e Facebook, as meninas foram recebidas na SiliconHouse pela equipe BRAVE e por mulheres brasileiras profissionais e empreendedoras que tinham muita coisa para dividir e somar com as meninas.

    Ao ouvir a história dessas quatro meninas, muita gente ficou com lágrimas aos olhos. Quanta inspiração! Um sentimento de esperança, força, de querer levantar e ir fazer algo para o mundo. Uma troca de energia muito gostosa entre todas, e o fortalecimento de uma rede de suporte.

    Essas jovens mulheres, desde criança, foram incentivadas pelas suas mães. Mães que acreditaram que suas filhas tinham força, coragem. E que, por acreditarem nelas, tornaram essas meninas líderes, visionárias, criativas, determinadas e pioneiras.

    Essas foram as categorias do prêmio idealizado pela Deborah de Mari, fundadora do Força Meninas, projeto que tem a missão de “empoderar meninas, ensinando-as habilidades que ajudarão a saber quem são e como expressar todo o seu potencial, capacitando-as para criar uma mudança no mundo”.

    O prêmio não tem apenas como objetivo reconhecê-las, mas amplificar as histórias de auto-potência dessas meninas. E com a história delas, mais meninas irão ter esperança para seu futuro, terão em quem se espelhar: meninas “comuns”, que lutaram, estudaram e estão fazendo a diferença, quebrando estereótipos.

    Quantas vezes na vida você, como mulher, ouviu que nós não somos boas com números, somos mais frágeis, não temos perfil de liderança? Bom, depois de conhecer essas meninas, muita gente vai mudar o discurso.

    Parabéns para vocês, Anna Luiza, Isabelle, Mariana, Rafaella e Verônica e muito obrigada por trazer esperança para as nossas meninas. Vocês nos encheram de orgulho. Obrigada, Deborah, por acreditar nas meninas e tornar esse sonho possível. Obrigada por deixarem a gente fazer parte dessa história linda!

     

    Quem estava lá, se emocionou:

    “Conhecer todas elas foi incrível! Quando elas começaram a contar suas histórias, eu só conseguia pensar: minha filha um dia vai assistir a essas meninas e se inspirar.”

    Erica Schmierer

    “O evento me fez abrir ainda mais a mente sobre o papel das mulheres na nossa sociedade e a importância de apoio às jovens. Além de ter aprendido muito com a história de cada uma. Enfim, adorei me conectar e conhecer mulheres inspiradoras com projetos incríveis.”

    Patrícia Dringoli

    “O evento ajudou essas meninas a sonhar mais alto, deu visibilidade, exemplo pra muitas outras. Cabe a nós, enquanto sociedade, dar continuidade ao trabalho, apoiando as iniciativas delas.”

    Maria Oliveira Tamellini

     

  • Mercado de Trabalho: Biotecnologia

    Mercado de Trabalho: Biotecnologia

    Por Desyree Jesus

     

    A Bay area é o berço da biotecnologia. A todo o tempo surgem empresas tentando inovar como tratamos ou diagnosticamos câncer, doenças genéticas, doenças degenerativas, entre outras. Trabalhar em uma dessas empresas é altamente recompensador porque você sabe que seu trabalho terá um impacto importante na sociedade.

    Uma boa definição pode ser encontrada na Wikipedia: “uso de organismos vivos ou parte deles, para a produção de bens e serviços”. Esses serviços podem ser na área de saúde, agricultura, cosméticos, meio ambiente e industrial.

    Apesar da pesquisa ser o foco principal dessa indústria, não se constrói uma empresa de biotecnologia sem outros profissionais. Portanto, além de biólogos, biomédicos, médicos, engenheiros, agrônomos, veterinários e farmacêuticos, pessoas com formação em recursos humanos, contabilidade, marketing também são importantes. Muitas pessoas que entram na área de biotecnologia possuem pós-graduação, mas apenas a graduação é suficiente para certas vagas.

    As principais diferenças entre um pós-graduado e um graduado são quão rápido você será promovido e até onde é possível crescer na carreira.

    Quando o mercado de trabalho atrai tanta gente competente, aprender como se apresentar para essas empresas é fundamental. Um futuro empregado precisa se promover para mostrar que ele é a melhor pessoa para o trabalho. Essa auto promoção envolve, além de suas habilidades técnicas, sua capacidade de prosperar e mostrar resultados.

    O primeiro passo é ter um resume que mostre suas habilidades relevantes para a vaga que você está interessada. Habilidades menos técnicas, como comunicação, trabalho em grupo, interpretação de dados, interação com consumidores etc, também devem estar presentes no currículo. É importante que você tenha pelo menos 50% das habilidades requeridas para aquela vaga (mas claro que quanto mais melhor!). E o resume deve descrever suas habilidades de maneira a mostrar os resultados que você obteve e não só uma lista do que você sabe fazer.

    Existem vários recursos que auxiliam na preparação um bom resume, mas o melhor que você pode fazer pela sua carreira é conversar com pessoas da área, porque elas sabem melhor o que se espera de um candidato. E é aí que entra a parte mais importante de se conseguir emprego em uma empresa de biotecnologia: networking. O mundo da biotecnologia é pequeno, todo mundo conhece todo mundo. E é através desse conhecimento que a maioria das vagas são preenchidas. Algumas delas são preenchidas mesmo antes de serem postadas! Eu consegui meu emprego atual através de uma amiga na Flórida que sabia de uma empresa aqui na Bay area que estava procurando alguém com o meu perfil.

    Networking é geralmente uma palavra que traz ansiedade, mas é ainda mais importante do que ter um currículo perfeito. Além de conversar com amigos e família, você também precisa se comunicar com pessoas que trabalham na mesma área or empresa(s) que você tem interesse porque são elas que irão te dar as melhores dicas de como preparar seu resume, quais habilidades são as mais importantes de serem ressaltadas durante a entrevista, como é o dia a dia de um empregado nessa posição…

    A melhor maneira de começar networking é usando LinkedIn (em biotecnologia, ter um perfil no LinkedIn é mandatório! Muitos recrutadores utilizam LinkedIn para encontrar candidatos). Através do LinkedIn é possível buscar pessoas que trabalham na área que você tem interesse e iniciar uma conversa. Além do LinkedIn, participar de eventos de networking também é importante (meetup.com é um ótimo recurso para encontrar esses eventos).

    Outra coisa bem importante é saber quais são seus “transferable skills”. Transferable skills são habilidades que você utiliza em uma área da sua vida, mas que podem ser aplicadas em outra área. Por exemplo, se você é parte de um grupo de mães e é a responsável por organizar como e quando um evento será realizado, seu transferable skill é gestão de projetos. Se você é a presidente do grupo, seu transferable skill é liderança. Se você trabalha com vendas, seu transferable skill é comunicação com consumidores.

    A última parte do processo é, claro, a entrevista. E nesse caso, também se tem muito a aprender: que perguntas poderão ser feitas. Por exemplo, perguntas de comportamento ou “behavioral questions” são as mais difíceis de serem respondidas, mas as mais importantes em muitos casos). Você deve pensar também em quais perguntas você fará ao entrevistador. Afinal, você não está apenas sendo entrevistado. Você também está entrevistando para saber se o emprego e a empresa são ideias para você. Preparação é a palavra-chave.

    Se você ainda não tem autorização para trabalhar nos EUA e quer se preparar para entrar na área de biotecnologia comece com networking, assim, quando a hora de procurar emprego chegar, você já terá uma rede de pessoas que podem te dar um “referral” . Claro que é possível conseguir emprego sem referral, mas é bem mais difícil porque seu resume irá passar por um software de triagem. Com um referral, seu resume vai direto para o seu futuro chefe!

    Tudo parece complicado no início, mas com o tempo você aprende o que é certo e errado. Durante esse período de aprendizagem é importante ter acesso a duas coisas: alguém que saiba o caminho das pedras e pessoas que te suportem durante a fase de rejeições. Mas todo esse empenho valerá a pena quando você conseguir alcançar seu objetivo.


    Desyree Jesus veio do Rio de Janeiro para os EUA para continuar seu treinamento como cientista. Depois de morar 3 anos e meio na Flórida, veio com o marido para a Bay area. Aqui ela decidiu que gostaria de trabalhar com biotecnologia, usando seu conhecimento em pesquisa para ajudar a encontrar curas para doenças. Além disso, ela participa de um grupo para auxiliar cientistas que querem sair da universidade e entrar na indústria de biotecnologia. Desyree gosta de passar seu tempo livre com o marido, seja indo a restaurantes, hiking ou assistindo filmes no conforto da sua casa. Ler é um dos seus passatempos favoritos. Desyree também pratica yoga e faz aulas de ballet.
  • Brazilian Breads e KIVA: deu samba! – História da Delvira

    Quando aprendeu a cozinhar, aos 13 anos, Delvira Rodrigues se apaixonou. Naquela cozinha aconchegante, cheirando a biscoito de polvilho e pão de queijo, ela só queria saber de absorver os conhecimentos culinários que a mãe e as tias tinham acumulado ao longo da vida. Ali nascia a vontade de passar o maior tempo possível entre panelas e ingredientes, mas ela nem poderia imaginar que, anos mais tarde, se veria em um outro país, tocando sua empresa de quitutes brasileiros, a Brazilian Breads, e tendo de lidar com as delícias e os desafios de ver seu sonho de criança se tornar realidade.

    Em meados de Abril deste ano, Delvira comemorou mais uma etapa vencida: a conquista do primeiro financiamento concedido à sua empresa. O dinheiro – que já está sendo investido na compra de novos equipamentos, no treinamento de mais um integrante para a equipe e na confecção de uniformes – não veio por meio de um banco, mas da Kiva, uma organização sem fins lucrativos localizada em São Francisco. A plataforma permite que pessoas como eu e você apoiem o desenvolvimento de pequenos negócios, investindo a partir de US$ 25.

    “Muita gente nunca tinha ouvido falar desse tipo de alternativa. Mas, uma vez que elas tinham acesso à informação e entendiam como tudo funcionava, se mobilizavam para ajudar. É uma coisa muito bonita, muito poderosa ver o outro apoiando a realização do seu projeto. Teve gente que, mesmo não podendo contribuir financeiramente, fez questão de ajudar na divulgação da campanha, trazendo outros apoiadores. Por tudo isso serei eternamente grata”, compartilha Delvira.

    Portas que se fecham, janelas que se abrem
    Com participação de investidores americanos e brasileiros, a campanha de financiamento da Brazilian Breads na Kiva atingiu seu valor-alvo uma semana antes do prazo final. A alegria de Delvira ao falar sobre a experiência é evidente. Especialmente quando relembra as dificuldades que enfrentou quando, depois de dois anos de trabalho duro vendendo quitutes brasileiros em feiras e festivais, decidiu que era a hora de investir em um ponto fixo para seu business.

    Ela encontrou um local perfeito em Berkeley, mas que precisava de uns ajustes. Todas as economias que tinha acabaram sendo investidas na reforma e ela percebeu que teria de buscar financiamento para colocar o café para funcionar. Respirou fundo e começou a ir aos bancos com seu Business Plan em mãos.

    Delvira perdeu a conta de quantos visitou e das vezes em que, sentada de frente para o gerente, ouviu a mesma palavra: não. Embora o business fosse formalizado e tivesse todas as licenças exigidas, seu fluxo de caixa não parecia muito atrativo para os bancos.

    Quando já estava prestes a partir para o plano B (deixar o empréstimo empresarial de lado e aceitar um pessoal), surgiu uma opção que ela nem imaginava que existisse. Na época, Delvira estava frequentando um curso de Food Business e Empreendedorismo no Small Business Development Center (SBDC) e compartilhou com sua orientadora a resistência que estava encontrando ao buscar financiamento. “Você já ouviu falar da Kiva?”, a orientadora perguntou.

    Ação e reação
    Não, ela não tinha ouvido. Mas foi logo tratando de pesquisar e descobrir. Uma série de fatores chamaram sua atenção: o empreendedor não paga juros; tem um prazo confortável de 36 meses para quitar o empréstimo; e, assim que atinge o objetivo de sua campanha, recebe o dinheiro em poucos dias, sem complicação, via PayPal.

    No site da Kiva, ela encontrou o formulário para iniciar o processo de candidatura. Preencheu tudo, enviou e esperou ansiosa pelo retorno, que veio em alguns dias. Pronto, seu projeto tinha sido aprovado e ela poderia começar a Fase 1 da campanha de financiamento: encontrar 25 familiares ou amigos que se dispusessem a ser os primeiros investidores. Não foi difícil contagiar a família: o objetivo foi cumprido em uma semana. Era hora de partir para a segunda e última etapa: a campanha pública.

    Embora tenha sentido um friozinho na barriga porque essa fase dependeria de “pedir ajuda” a desconhecidos, Delvira decidiu encarar de frente e começou sua divulgação nas redes sociais. A informação foi se espalhando e ela percebeu que a resposta positiva era muito maior do que ela poderia imaginar.

    “Uma coisa que aprendi com esse financiamento foi que, uma vez que você tem a coragem de pedir ajuda, vai descobrir que muita gente está disposta a ajudar. Posso citar o exemplo do apoio que recebi do BRAVE na divulgação. Quando as meninas fizeram contato comigo, estava com 70% da meta atingidos, mas já batia uma insegurança de não chegar aos 100%. Só que depois da publicação do post no blog, muitas integrantes do grupo me procuraram para saber mais sobre o projeto e senti que a onda de apoio se fortaleceu. No final, a meta foi atingida com uma semana de antecedência!”, conta.

    Apoio mútuoHoje, Delvira diz que a experiência não apenas serviu para impulsionar seu negócio, mas para mudar sua percepção de mundo. Ela também se transformou em investidora em projetos que estão na Kiva e acredita que, apoiando pequenos negócios locais, sua empresa só tem a ganhar. “Ao dar suporte a esses projetos, estamos apostando no desenvolvimento da nossa região. E esse crescimento beneficia tudo e todos que estão ao redor”, acredita.

    Seu sonho para os próximos anos é abrir outras unidades do Brazilian Breads pela Bay Area. “Dando um passo de cada vez, trabalhando muito e aprendendo com as experiências”, pondera. Ela também espera ver cada vez mais negócios de brasileiras florescendo na região.

    “Vejo tanta gente talentosa na nossa comunidade, mas são poucas que decidem abrir uma empresa. Talvez pelo mesmo motivo que me segurou por um tempo: como imigrantes, nos sentimos um pouco acanhados, com medo de nos arriscar em um país com leis diferentes das que conhecemos. Mas a realidade é que imigrantes de outros países chegam aqui nas mesmas circunstâncias, abrem seus negócios e prosperam com serviços e produtos bem menos atrativos que os nossos. Acho que o que nos falta nessa área é só uma dose extra de autoconfiança. E apoio mútuo. Com nosso talento e o suporte da comunidade, vamos longe!”

    Kiva pra quê?
    Financiar seu projeto
    • Se você tem uma empresa legalizada e precisa de dinheiro para incrementar o negócio, pode se candidatar a um empréstimo pela plataforma.
    • Sua candidatura começa com o preenchimento de um formulário online, no qual você vai informar os dados da sua empresa, dizer o valor que pretende arrecadar e detalhar como vai usar o dinheiro.
    • Se sua candidatura for aprovada, começa a sua campanha na plataforma. Ela é composta de uma fase privada (amigos e parentes contribuem) e fase pública (qualquer pessoa pode investir).
    • Uma vez que você atinge sua meta e a campanha termina, a transferência de dinheiro é feita por meio do PayPal.
    • Você tem 36 meses para pagar o empréstimo, sem juros.

    Ajudar projetos de outras pessoas
    • Você pode fazer doações diretas que vão de US$ 25 até US$ 200.
    • A quantia que você investiu retorna para você em até 36 meses.
    • Depois que o dinheiro que você emprestou retorna, você pode optar por reinvestir esse dinheiro na rede ou sacar.
    • É importante ter em mente que qualquer empréstimo está baseado no compromisso de quem toma o empréstimo de honrar a dívida depois de algum tempo. Por isso, sempre existe um certo nível de risco nesse tipo de operação. A taxa de pagamento de empréstimo da Kiva, no entanto, é bem alta: 97%.
    • A Kiva é uma organização internacional, portanto, você pode apoiar projetos no mundo todo.
    • O que você ganha com isso? A chance de ver mais pequenos empreendedores prosperando e fazendo sua comunidade crescer junto!

    Saiba mais:
    Kiva – www.kiva.org
    Braziliam Breads – www.brazilianbreads.com