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Dicas de carreira

  • Vida no exterior e descobertas do mundo interior: Patricia East Conta Sua História

    Vida no exterior e descobertas do mundo interior: Patricia East Conta Sua História

    Se você já sentiu uma vontade quase inexplicável por uma experiência fora do conhecido e familiar, então entende exatamente onde começa a história que vamos contar hoje. Nascida em São Paulo, Brasil, Patricia East sempre teve uma vontade inata de explorar horizontes além das limitações geográficas e culturais em que estava inserida.

    Hoje, prestes a lançar o seu livro Passport to Growth: Leadership Lessons From an Expat, e com mais de 10 anos de carreira nos Estados Unidos, Patricia coleciona histórias e não mede esforços para impulsionar o desenvolvimento profissional de outras imigrantes brasileiras no exterior.

     

    Primeiros passos em busca de oportunidades no exterior

    Desde cedo, Patricia buscou oportunidades de intercâmbio em países como Austrália, África do Sul, Espanha e Estados Unidos, mas sem muito sucesso. Foi somente no último ano da faculdade de psicologia que descobriu o programa de AuPair, ainda pouco conhecido, enquanto folheava panfletos de uma agência de intercâmbio. Logo depois da sua graduação, embarcou para Connecticut para a sua primeira experiência no exterior.

    Um ano após trabalhar como AuPair nos Estados Unidos, Patricia retornou ao Brasil com uma nova perspectiva, decidindo mergulhar de vez em sua carreira em Recursos Humanos (RH), que havia iniciado com um estágio na indústria hoteleira durante a faculdade.

    Sua jornada a levou a Brasília e, posteriormente, de volta a São Paulo, onde explorou ao máximo cada vivência na hotelaria. Algum tempo depois, ingressou como gerente de RH da Glu Mobile, uma das maiores produtoras de jogos para dispositivos móveis do mundo, com sede em San Francisco. Apesar de já ter tido uma experiência imersiva com o inglês como AuPair, na Glu enfrentou mais um desafio com o idioma, dessa vez com o sotaque britânico de um dos líderes da empresa. Patricia lembra que antes de começar a trabalhar, costumava assitir o noticiário da BBC de Londres para se acostumar com a sonoridade e a pronúncia do inglês britânico. Quase dois anos após entrar na Glu, ela viu no site interno de carreiras da empresa que estavam contratando para o time de RH em San Francisco. Foi então que decidiu tomar a iniciativa e enviou um e-mail para o CFO da companhia explicando o que a tornava a melhor candidata para a vaga. Com sucesso, em seguida embarcou para San Francisco para passar algumas semanas conhecendo melhor a cidade, a equipe local e finalizando as negociações para a nova posição.

    Uma mudança diferente: retornando aos Estados Unidos de um jeito novo

    Em janeiro de 2012, Patricia embarcou novamente para os Estados Unidos, com destino à costa oeste. Diferente do programa de AuPair de um ano, essa temporada não tinha uma duração fixa. Foi sua primeira vez enfrentando uma mudança completamente sozinha, sem apoio de uma família estabelecida na região – desde a busca por um apartamento para alugar até a compra de mobiliário e a adaptação ao dia-a-dia na Bay Area.

    O novo cargo também veio acompanhado por uma série de diferenças culturais que deram início a uma jornada de descobertas para Patricia sobre os desafios e oportunidades da vida como imigrante. Apesar de realizar projetos de alta visibilidade, como a implementação de um sistema de recrutamento do zero em apenas três meses, Patricia sofreu discriminação por conta do seu sotaque, que chegou a ser percebido como prejudicial à sua comunicação por uma líder da sua empresa. Mesmo quando sua mensagem era clara, a presença do sotaque parecia diminuir sua credibilidade profissional. Esse não foi o único momento em que seu sotaque foi alvo de críticas. Em outras situações, foi informada de que seu sotaque poderia ser um obstáculo para sua ascensão como uma executiva de sucesso; inclusive recebendo sugestões para que adotasse um sotaque britânico para ser mais valorizada no ambiente profissional.

    Patricia mergulhou ainda mais na experiência de imigrante nos Estados Unidos ao ingressar na Barracuda Networks, onde cavou oportunidades para cuidar de processos imigratórios e se aprofundar no assunto. Além do desenvolvimento profissional, ela ressalta que desenvolveu uma empatia ainda maior em relação a cada caso imigratório: “Eu atuava como ponto central de comunicação entre os funcionários da empresa e os advogados de imigração. Além da logística, precisei lidar com fatores como ansiedade e medo dos aplicantes. Um pequeno erro no processo de visto ou residência poderia mudar completamente a vida de alguém, ou até de famílias inteiras”, comenta Patricia.

    Após concluir sua passagem na Barracuda Networks e retornar a Glu no início de 2018, Patricia recebeu uma proposta para integrar a equipe da Amyris, uma empresa de biotecnologia sediada em Emeryville, na Bay Area. Desde então, ela ocupou cargos de Gerente Sênior, Diretora e atualmente é Vice-Presidente Sênior de Recursos Humanos.

    Dualidades da vida no exterior: navegando escolhas e desafios (agora) cotidianos

    As dificuldades de viver no exterior são frequentemente subestimadas ou pouco discutidas em diálogos mais amplos. Enquanto alguns podem perceber o desenvolvimento da carreira de um imigrante de uma forma simples e linear, para aqueles que enfrentam os desafios diários da imigração, surgem questões paradoxais que muitas vezes fazem com que escolhas sejam repensadas.

    Patricia, assim como muitas brasileiras imigrantes, já enfrentou o medo de não poder estar fisicamente presente para sua família em momentos de urgência, especialmente relacionados à saúde. Pouco tempo após ingressar na Amyris, precisou viajar às pressas para o Brasil para estar ao lado de sua mãe, que estava enfrentando o câncer de mama e em estado de coma. O que deveria ser uma breve ausência se estendeu por um mês, até o falecimento de sua mãe, quando então Patricia retornou aos Estados Unidos; De um lado, culpada por se afastar de seu novo cargo em uma empresa que tinha acabado de entrar, e, de outro, culpada por querer continuar a oferecer apoio à sua família em um momento tão difícil. Mesmo com todos os desafios, sempre manteve a perseverança em continuar sua vida por aqui e, na medida do possível, equilibrar os seus “dois mundos”.

    Um ponto em comum de todas as vivências até agora? “A minha capacidade de adaptação, constante e rápida. Já mudei de cidade, país, empresa e casa por várias vezes – até mesmo de escola por seis vezes. O ‘novo’ sempre me moveu. Desde criança sempre fui super extrovertida. Quando encontrava outras crianças em parquinhos eu já puxava assunto dizendo ‘Oi, tudo bem? Meu nome é Patricia. Quer ser minha amiga?’”.

    Patricia no dia em que tirou sua cidadania americana.

    Construindo caminhos: comprometimento com o engajamento e desenvolvimento de outros profissionais

    No seu cargo atual, Patricia destaca que sua parte favorita é trabalhar diretamente com áreas como engajamento e desenvolvimento dos funcionários: “costumo aplicar a regra dos 3 Hs para estabelecer as expectativas e resultados de todas as minhas conversas durante meu programa de Office Hours, que devem ter o foco em um dos Hs: Hear, Help e/ou Handle”. Assim, ela se coloca à disposição para ouvir (hear), oferecer apoio ou mentoria (help) ou lidar com um desafio que a outra pessoa não esteja sabendo como proceder (handle). Sua formação como psicóloga e especialização em evidence-based coaching proporcionam uma perspectiva que visa sempre ouvir atentamente e validar o que a outra pessoa quer e precisa, otimizando assim o suporte oferecido.

    Com diversas experiências profissionais e ocupando cargos de destaque, Patricia enfatiza a importância de permanecer conectada com a comunidade imigrante, sobretudo brasileira, nos Estados Unidos. “Sempre busquei projetos e contatos além do ambiente de trabalho, participando de eventos de desenvolvimento de carreira, encontros da InterNations e até mesmo atividades acadêmicas para enriquecer meu currículo de estudos”.

    Passport to Growth: Leadership Lessons From an Expat

    Em seu novo livro, “Passport to Growth: Leadership Lessons from an Expat“, Patricia compartilha histórias desde suas experiências na infância até as diferenças na vida profissional entre os Estados Unidos e o Brasil, incluindo episódios de assédio e discriminação – infelizmente ainda muito comuns em nossa comunidade.

    Em uma passagem do livro, que em breve será traduzido para o português, comenta:

    “Eu imigrei para os Estados Unidos há mais de dez anos, e conforme os anos passam, não apenas consigo entender melhor a cultura americana, como também consigo me enxergar e enxergar a minha própria cultura de um ponto de vista diferente – e talvez menos enviesado” (tradução livre)

     

     

     

    Patricia acaba de voltar de Nova York, onde participou do evento CRiA, marcando o início da temporada de lançamentos do seu novo livro nos Estados Unidos. O livro, que será publicado pela editora WeeBook Publishing, fundada pela brasileira Ana Silvani, também foca em questões como inteligência emocional e growth mindset. Patricia destaca a ideia de que “todo mundo é líder; a gente se lidera o tempo inteiro tomando decisões desde que acordamos”.  

    A divulgação do livro contou até mesmo com um ação diretamente da Times Square

    Seja em São Paulo, na Bay Area ou em qualquer destino onde seu livro alcance, Patricia traz inspiração, força e conhecimento para nossa comunidade de brasileiras imigrantes.

    Próximos capítulos: Continue acompanhando a história de Patricia através do Instagram e LinkedIn.

    Link pré-venda do livro: Passport to Growth: Leadership Lessons From an Expat https://a.co/d/74S4l3f

  • BRAVEs profissionais de tecnologia compartilharam seus aprendizados em evento realizado pelo BRAVE e o Consulado do Brasil nos EUA

    BRAVEs profissionais de tecnologia compartilharam seus aprendizados em evento realizado pelo BRAVE e o Consulado do Brasil nos EUA

    No dia 5 de maio, a convite do Consulado Geral do Brasil em San Francisco, organizamos o webinar “Mulheres em Tech: Inovação e Inclusão – Perspectivas das Mulheres Brasileiras no Vale do Silício”. Duas BRAVEs com experiências na área de tecnologia no Vale do Silício compartilharam suas histórias e experiências e responderam as dúvidas da audiência de quase 50 pessoas.

    Camila Sgai Franco

    SVP of Product and Design, Newsela. Sou natural de Sao Paulo, SP formada em Ciencias da Computacao pela PUC-SP com Mestrado em Information Systems Management pela Golden Gate University em São Francisco – CA. Atua na área de Gerência de Produtos há 20 anos, foi Diretora de Produto na StubHub e a primeira contratada na área de produto em uma Fintech Startup. Em outubro 2022 se juntou a Newsela, edtech focada em ajudar professores a criar lições e atividades que ajudam os alunos aprender a ler, estudos sociais e ciências, entre outras matérias. Na Newsela, Camila gerência a estratégia do produto e lidera os times de Design, Data Science/IA, Pesquisa e Produto.

    Deise Adriano

    Principal Solution Architect, Workday.Inc. Sou natural de Florianópolis, SC formada em Administração de Empresas e Gestão de RH pela DePaul University, Chicago IL com Pós-graduação em Gerência de Projetos pela Berkeley University, Berkeley CA.  Atuo na área de Tecnologia desde 2008 e tenho experiência com implementação e gestão de software de RH em empresas de médio a grande porte nas indústrias de Marketing, Serviço Social, Serviços de Saúde e Tecnologia. Hoje atuo como Arquiteta de Pré-Vendas na Workday.Inc uma empresa multinacional de software com sede na Califórnia

    Durante o webinar, moderado por Rafaela Arruda, Trader Advisor no Consulado, Deise e Camila compartilharam suas motivações para seguir uma carreira em tecnologia e discutiram os desafios que encontraram ao longo do caminho. Ambas destacaram a importância da paixão e curiosidade  pela área e a necessidade de perseverança diante dos obstáculos encontrados em um campo dominado por homens. Elas também compartilharam suas maiores conquistas e dificuldades, ressaltando a importância da resiliência e da busca contínua por crescimento pessoal e profissional.

    As painelista também discutiram a evolução da indústria de tecnologia no Vale do Silício ao longo dos últimos anos, especialmente em termos de diversidade e inclusão. Elas observaram um crescente reconhecimento da importância da igualdade de gênero e de outras formas de diversidade na construção de equipes de sucesso e na criação de produtos mais inovadores.

    Deise e Camila também compartilharam algumas das iniciativas em que estão envolvidas para promover a igualdade e a diversidade de gênero no campo da tecnologia.

    Elas ressaltaram a importância das mulheres desempenharem um papel ativo na condução desses desenvolvimentos e incentivaram outras mulheres a se envolverem na inovação tecnológica. Além disso, Deise e Camila compartilharam abordagens para garantir que os produtos e serviços de suas empresas sejam inclusivos e acessíveis a todos os usuários.

    Em resposta às dúvidas enviadas pela audiência, as palestrantes discutiram a possibilidade de entrar na área de tecnologia sem experiência prévia ou bacharelado, destacando a importância de cursos livres ou de extensão. Elas também compartilharam sugestões sobre como adquirir conhecimentos sobre tecnologia sem sair do Brasil, mencionando a disponibilidade de programas de estudo nos Estados Unidos, como mestrados e especializações.

    O webinário “Mulheres em Tech: Inovação e Inclusão – Perspectivas das Mulheres Brasileiras no Vale do Silício” foi mais  uma oportunidade de avançar um importante objetivo do BRAVE:  a troca de  experiências e perspectivas entre mulheres brasileiras se destacando no mercado de trabalho americano, tanto  na tecnologia como em outras áreas de atuação. Deise e Camila compartilharam suas histórias inspiradoras, discutiram as mudanças ocorridas no Vale do Silício nos últimos anos e forneceram conselhos encorajadores para outras mulheres interessadas em seguir uma carreira em tecnologia. O evento foi um lembrete poderoso do papel fundamental que as mulheres desempenham na inovação e na construção de um setor de tecnologia mais inclusivo e diversificado.

  • De vocação a carreira: como crescer profissionalmente como nanny nos Estados Unidos

    De vocação a carreira: como crescer profissionalmente como nanny nos Estados Unidos

    O mercado de trabalho para quem é nanny nos EUA, e principalmente na Bay Area,  tem crescido nos últimos anos. Milhares de mulheres entram para esse mercado, considerado informal à primeira vista, sem as informações necessárias para encontrar trabalho e para crescer profissionalmente. Pensando nisso, conversamos com Renata Alarcon que generosamente compartilhou algumas dicas valiosas que ela acumulou durante os mais de 16 anos de experiência na profissão aqui na Califórnia.

     

    Renata AlarsonRenata já era formada e trabalhava em uma grande editora no Brasil quando veio estudar nos Estados Unidos. Aqui, ela fez amizade com algumas nannies e quando algumas precisaram de uma substituta, Renata teve a oportunidade de começar a trabalhar cuidando de crianças. O amor por esse trabalho e a dedicação aos pequenos fizeram com que Renata se tornasse conhecida entre as mães da região onde morava. Cuidadoras têm um papel extremamente importante durante a fase inicial da vida das crianças e a responsabilidade de cuidar de seres humanos ainda tão frágeis é algo que Renata leva muito a sério. Assim começou a sua jornada de aprendizado e de apoio a outras nannies nos EUA.

    Mercado de trabalho

    Primeiramente, é preciso esclarecer que existem várias áreas de trabalho no mercado de childcare. Existem, por exemplo, profissionais trabalhando em daycares onde cuidam de um grupo de crianças. Outra forma de trabalho são as babysitters que trabalham cuidando das crianças de uma família por algumas horas de forma ocasional. O termo mother’s helper é usado para profissionais que dão apoio nos cuidados para crianças e da casa enquanto a mãe está presente. Além disso, há a Family Assistant, que além de cuidar das crianças (geralmente em idade escolar), elas também são responsáveis por “errands” como ir supermercado, dry cleaning, correio, buscar e levar as crianças a atividades etc.

    O tema deste artigo é o trabalho das nannies, que trabalham em tempo integral ou meio-período de forma regular na casa de uma ou mais famílias (ou em forma de “Nanny share”). As nannies têm um papel extremamente importante durante a fase inicial da vida das crianças e são as primeiras professoras da primeira infância. Com isso, vem a responsabilidade de cuidar de não apenas da criança mas também família. A Nanny, em conjunto com os pais, é responsável em pelo desenvolvimento da criança em diversas áreas da sua vida: emocional, social, física e cognitiva. Além de oferecer a criança um ambiente seguro e saudável para que ela possa se desenvolver.

    O mercado de trabalho para nannies na Bay Area é competitivo assim como em outras indústrias. A falta de profissionais qualificadas faz com que famílias ofereçam mais benefícios do que o habitual como horas garantidas, hora extra (quando se trabalha mais de 8 horas por dia ou 40 horas por semana), férias pagas, bônus anual e feriados pagos. Algumas famílias oferecem plano de saúde/dental, 401k, assistência de aluguel, todas as despesas referentes a relocação, veículo para trabalhar e entre outros. São benefícios e salários de 6 dígitos que fazem da Bay Area o melhor mercado de Nanny do país.

    “Há um universo grande no mercado de child care. Quem quiser se especializar pode escolher diversas áreas como disciplina positiva, ou assim como seu, tornar-se educadora parental, por exemplo. Quanto mais você desenvolver mais visibilidade você vai ter no mercado”

    Qualificações

    Quem quiser se especializar pode escolher diversas áreas como cuidados de recém nascidos (Newborn Care Specialist), Postpartum Doula e cursos relacionados dos 0-12 semanas de vida da criança como amamentação, treinamento do sono, etc.

    Na área de “Parenting” (educação parental), há cursos excelentes voltados para Nannies como Disciplina Positiva, RIE, Montessori, entre outros. Além de treinamentos anuais, como por exemplo o  “International Nanny Training Day” que oferece um dia inteiro de palestras voltadas para Nannies e outros profissionais da área.

    Inclusive, o Foothill College (com diversos campus na Bay Area) é o primeiro community college dos EUA que oferece uma certificação para Nannies com classes que valem créditos caso a Nanny tenha interesse em obter um Associate ou Bachelor degree na área de Child Development.

    Cursos e certificações ajudam as nannies a se prepararem para cuidar de crianças e aumentam as oportunidades de melhores remunerações. Renata cita que além de cursos de primeiros socorros ou CPR/1st Aid e o Babysitting & Child Care Training como os primeiros que a nanny deve fazer, ambos são oferecidos pela Red Cross. Não ter antecedentes criminais é um outro fator importe nessa área. Agências de Nannies e sites como Care.com exigem que esses profissionais tenham o “Trustline”, por exemplo. O TrustLine é um background check voltado para Nannies e Babysitters no estado da Califórnia.Veja a lista completa de cursos abaixo.

    Salários e benefícios

    Em seu contato com outras nannies, Renata percebe que uma dúvida comum é quanto cobrar pelo trabalho, pois os preços variam drasticamente de uma região para outra, mesmo sendo na mesma cidade. Para evitar trabalhos que paguem um valor abaixo do mercado, Renata orienta as nannies a acompanharem os valores em grupos de Nannies, sendo eles por Facebook ou em grupos como o BRAVE.

    Vale a pena ressaltar que Nannies devem sempre cobrar as famílias pela hora trabalhada e não por um salário fixo como acontece no Brasil. Pela lei de trabalhadores domésticos na Califórnia, Nannies precisam ser pagas por hora trabalhada e tem direito a serem pagas por hora extra (depois de 8 horas de trabalho por dia e/ou 40 horas por semana). Outro fator importante é dos impostos. Pelo o IRS, Nannies não são consideradas autônomas e não devem pagar impostos como “independent contractor” através do 1099. Pela lei, Nannies são consideradas “employees” (empregadas) e devem ser taxadas com o W2. Empresas especializadas em Impostos de Nannies (Nanny taxes) como Homepay, Homework e GTM payroll tem mais informações sobre.

    Para se ter uma ideia de quanto se deve cobrar por hora, Renata diz que é importante levar em consideração os seguintes fatores de cada Nanny: experiência, nível educacional, certificados e treinamentos relacionados a área de educação infantil e quantos idiomas a Nanny domina. Por último, o bairro ou cidade que a família mora também é um fator determinante, como por exemplo: o salário hora em Sacramento vai ser diferente de Palo Alto. Na Bay Area, há uma demanda muito grande de Nannies bilíngues e que tenham disponibilidade para viajar com a família, por exemplo. Veja uma lista de sites de emprego abaixo.

    Buscando trabalho

    Renata sempre orienta Nannies a possuírem um currículo, que é uma das ferramentas que nannies podem utilizar para entrarem mercado de uma forma mais profissional. Existem vários modelos no mercado, mas Renata compartilha esse modelo para quem precisa de inspiração.

    Com o currículo em mãos, Renata menciona o LinkedIn como uma fonte de busca de trabalho para Nannies. “Muitas famílias, assistentes pessoais, recrutadores de agências entre outros, são ativos no LinkedIn e procuram por candidatos nessa plataforma.” Agências de Nannies é sem dúvida a melhor opção para se encontrar empregos bem remunerados. Para ser aceita por uma agência, a Nanny precisa ter SSN ou autorização de trabalho, Green Card ou Cidadania Americana, além de no mínimo 3-5 anos de experiência como Nanny e não ter antecedentes criminais. Veja lista abaixo.

    Contudo, Renata recomenda sites como Care.com, Sittercity.com e o aplicativo Nextdoor como bons lugares para encontrar famílias. E sem esquecer de grupos no Facebook como SF Bay Area Nannies por exemplo.

    Com toda essa exposição, Renata recomenda alguns cuidados: “Jamais dê o seu endereço para a pessoa que está te entrevistando, sempre marque a primeira entrevista em lugares públicos ou por Zoom/ FaceTime. Se a família chamar para uma entrevista em casa, procure o endereço no Google (assim como o nome da família) antes do encontro. Sempre avise duas pessoas próximas sobre o local da entrevista”. Após a entrevista, normalmente as famílias pedem duas ou três referências pessoais e profissionais.

    Nannies também precisam ficar atentas para os riscos de ofertas falsas de trabalho. A melhor forma de se proteger é se informando sobre os vários tipos de fraude e sempre desconfiado quando a oferta parece ser boa demais. Por exemplo, ofertas de emprego sem necessidade de entrevista.

    Contrato e direitos das nannies na Califórnia

    Após passar pela entrevista, Renata recomenda Nannies e famílias a fazerem um “teste” (um trial) antes da contratação final, para se ter certeza que ambas as partes são um “match”. “Esse trial é pago e pode ser de algumas horas ou alguns dias. Assim tanto a família quando a Nanny vão se conhecer melhor e ver se a partir daí haverá uma parceria mais duradoura.”

    Depois do teste, Renata aconselha toda Nanny ter um “Contrato de Nanny”. “Vivemos numa sociedade aonde assinamos contratos a toda hora, seja ele de aluguel, de carro, de casamento, etc. Logo, porque não ter um acordo entre uma Nanny e uma família? Questões sobre o papel da Nanny na família e questões como horas garantidas, feriados, pagamentos, aumento de salário, férias tem que ser conversadas antes da Nanny começar a trabalhar para a família. Quando mais claridade nessas questões, melhor e mais duradoura será o relacionamento entre ambas as partes.”

    Nannies têm direitos previstos tanto em lei federal (Federal Fair Labor Standards Act ) quanto em leis específicas de cada estado. Como sabemos na Califórnia, todos os trabalhadores têm direito a salário mínimo de US$15.75 por hora (pode ser maior dependendo do condado) por exemplo. Nannies na California, tem direito há ser pagas por hora extras como já mencionado anteriormente. E se a mesma for paga legalmente, tem direito a seguro desemprego assim como outros benefícios. Durante a pandemia, muitas Nannies puderam aplicar para o seguro desemprego e receberam auxílios emergenciais do Governo, por exemplo.

    Quem ainda não tem um modelo de contrato pode preencher o formulário e receber um exemplo neste outro site sugerido pela Renata.

    Esperamos que essas dicas ajudem as profissionais de cuidados para crianças da nossa comunidade.

    Obrigada pela dedicação e parabéns pelo seu trabalho, Renata!

    Nota: As informações passadas neste artigo são baseadas em pesquisas realizadas em Abril de 2023. Faça buscas sempre para obter as informações mais atualizadas.

    Se você está buscando informações sobre como encontrar a melhor opção de cuidados para os seus filho, confira nosso segundo artigo em colaboração com a Renata Alarcon.

    Para saber mais

    Página e grupos no Facebook

    Nannies and Mommies Bay Area
    San Francisco Bay Area Nannies
    Nanny Care Cadre
    How to be the best Nanny
    Nanny Care Hub

     

    Sites e aplicativos para encontrar emprego

    Care.com
    Sittercity.com
    Urbansitter.com
    Nextdoor
    LinkedIn

     

    Agencias de Nanny na Bay Area

    Peaceful Learning Nanny Agency – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    Chirp – Local
    Domestic Match – Local
    Bay super nannies – Local
    Joannas Nannies – Local
    Elizabeth Rose – Local
    Nannies by the bay – Local
    Find the right nanny – Local
    Genuine Nannies – Local
    Town + Country – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    Stanford Park – Menlo Park
    Aunt Ann’s – Local
    Mahler International – Atende os EUA, mas tem vagas de emprego na Bay Area
    Adventures Nannies – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    Westside Nannies – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    The Help Company – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    Tiny Treasures NYC – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    Ans – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    Louer – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    British American – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    Pavillion Agency – Atende os EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    The Nanny League – Atende nannies nos EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area
    Hello Nanny! – Atende nannies nos EUA, mas as vezes tem vagas de emprego na Bay Area

     

    Cursos e treinamentos

    Internacional Nanny Training Day

    CPR/1st aid | Red Cross (Adult, Child and Baby CPR/1st Aid)

    Babysitting & Child Care Training | Red Cross

    Nanny and Family Studies | Foothill College 
    Newborn Care Specialist Association | Membership + Certification

     

    Leis de trabalhadores domésticos na Califórnia

    2023 California household employment tax and labor law guide
    Nanny Tax & Payroll Laws in California | HomeWork Solutions