Documentarista lança campanha de financiamento coletivo para concretizar projeto cinematográfico que lança luz aos desafios de mulheres grávidas que vivem em situação de rua.
Ajude a realização do trabalho de documentação dessa questão urgente e comovente que afeta nossa comunidade na Bay Area. Apoie contribuindo como puder para a campanha e compartilhe em suas redes.
A Laura Ferro nasceu na Argentina, mas sua trajetória pessoal e profissional passou por vários cantos do mundo. Chegou a morar no Brasil por 10 anos, nas cidades de Porto Alegre, Curitiba e São Paulo. Durante este período, atuou na área artística, como coreógrafa e diretora de uma companhia de dança. Lá, recebeu um convite para levar o seu trabalho para Portugal, onde teve a oportunidade de dar aulas e cursos em diversos países europeus. Durante essa transição em sua carreira, Laura conheceu o seu marido, que é alemão, e, em 2013, eles decidiram se mudar para o Vale do Silício. Ao chegar por aqui, passou a fazer parte da nossa comunidade BRAVE praticamente desde sua fundação.
Passando por diversos países e idiomas, Laura e seu marido escolheram o português como o principal idioma para se comunicarem dentro de casa, mesmo sem nenhum dos dois serem nativos na língua. O resultado disso é que, atualmente, o filho do casal – que nasceu nos Estados Unidos – é fluente em Português.
Da criação teatral, Laura passou a se dedicar ao universo da filmagem. Hoje, ela é fundadora e diretora criativa da Rebel Monk Productions, uma produtora que cria conteúdos de vídeos para diversas empresas de tecnologia. Em paralelo, busca apoiar causas humanitárias por meio do que sabe fazer de melhor – filmar. Foi assim que começou a se dedicar à produção de documentários.
Em 2017, ela começou as filmagens do curta “Pregnant on the Streets” (Grávidas nas Ruas, em tradução livre), que retrata a vida de mulheres grávidas na Bay Area. São mulheres que dormem em tendas, carros ou nas ruas, e que estão passando pela difícil situação de viver sem um lar seguro. Estima-se que em San Francisco existam cerca de 200 mulheres grávidas na lista de espera por abrigos de emergência, e a intensa crise social de homelessness na Bay Area ficou ainda pior após a pandemia do Covid-19.
Sua jornada com o “Pregnant on the Streets” começou em 2015, quando Laura estava grávida de seu filho. Assistindo ao noticiário na TV, deparou-se com a história comovente de uma mulher sem lar, dando à luz em uma parada de ônibus. O contraste de sua situação e da circunstância daquela mulher a marcou profundamente. Naquele momento, decidiu usar seu talento e linguagem para documentar e pressionar por mudanças nessa realidade. Sua experiência como diretora de coreografia na América do Sul e na Europa conferiu-lhe sensibilidade e empatia para interagir com pessoas de diferentes culturas e experiências, e foi assim que Laura começou a dirigir e produzir este filme: conectando-se com as pessoas da comunidade, independentemente de sua formação ou situação.
O curta narra as batalhas e vitórias pessoais de três mulheres que desejam desesperadamente sair das ruas e criar seus filhos em um ambiente seguro. É possível vivenciar intimamente suas dificuldades, seja navegando nos serviços de atendimento ou perdidas em uma névoa de problemas de saúde mental e de vício em drogas. Ao ouvir suas histórias, é possível testemunhar a luta de cada uma dessas
mulheres, e também as possibilidades de redenção e um futuro cheio de esperanças.
E o que veio depois disso?
Três anos após o início do projeto, Laura decidiu voltar a filmar e mostrar os caminhos que suas vida tomaram. Realizou entrevistas adicionais com alguns dos principais especialistas neste assunto, desde um médico que trabalha com mães com vícios e problemas de saúde mental em situação de rua, até gerentes de programas para mulheres grávidas sem-teto e muito mais.
Desde o início, a equipe que produz o documentário vem doando o seu tempo e trabalho para finalmente concretizar o projeto. Agora na fase final, lançaram uma campanha na plataforma de financiamento coletivo GoFundMe para pedir apoio para cobrir os custos restantes para a finalização e distribuição. O projeto conta ainda com a parceria da nonprofit Brave Maker, entidade que receberá e administrará o dinheiro arrecado para a produção do filme. Por ser uma 501 c (3), os doadores terão incentivo fiscal.